Mauro Cid presta depoimento de uma hora e meia à Polícia Federal
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou novo depoimento à Polícia Federal (PF) na tarde desta quinta-feira (5). Ele chegou às 14h48 à sede da corporação em Brasília e a oitiva durou cerca de 1h30.
O militar fechou delação premiada e é considerado peça-chave nas investigações que envolvem o ex-presidente. Ao lado de Bolsonaro, ele foi um dos 37 indiciados no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Em 21 de novembro, Mauro Cid foi chamado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a prestar esclarecimentos depois que a PF informou que ele vinha descumprindo cláusulas do acordo firmado no ano passado.
Após a audiência, Moraes decidiu manter a delação. Na ocasião, o ministro considerou que o militar havia esclarecido "as omissões e contradições" apontadas pela PF.
Homem de confiança de Bolsonaro, o tenente-coronel foi preso pela primeira vez em maio de 2023, por suspeita de ter participado de uma operação para inserir dados falsos relativos à vacinação contra covid-19 no sistema do Ministério da Saúde.
Em 9 de setembro do ano passado, Moraes concedeu liberdade provisória a ele e impôs medidas cautelares. No mesmo dia, foi homologado o acordo de colaboração premiada do militar, que foi fechado com a PF.
Em março deste ano, porém, Mauro Cid foi preso novamente por descumprir medidas cautelares e obstrução de Justiça. Na ocasião, áudios revelados pela revista “Veja” mostraram que ele fez críticas ao trabalho dos investigadores e a Moraes.
O militar, no entanto, foi colocado em liberdade pouco tempo depois, em maio. Além do caso do golpe e das vacinas, ele também é alvo da investigação sobre venda de joias e presentes oficiais entregues ao governo Bolsonaro por autoridades estrangeiras.